Rede Mondó é iniciativa apoiada pela Dasa com o intuito de contribuir para melhorar as condições de vida de pessoas em região da Amazônia.

A palavra ‘Mondó’ tem origem tupi e significa “deixar ir” - ecoar, fluir, empurrar, impulsionar. Esse é o norte das ações da Dasa em Breves, município localizado no Arquipélago do Marajó (PA): fortalecer a comunidade para que flua com independência. A região, que faz parte da Amazônia Legal, apresenta um dos piores indicadores socioeconômicos do país – pessoas enfrentam até 12 horas de barco para receber um atendimento médico.

O município de Breves tem cerca de 80% de seu território de área de preservação ambiental – está no coração da maior floresta equatorial do planeta. É neste cenário que nasce a Rede Mondó: a partir da união de organizações privadas para desenvolver soluções e fortalecer territórios vulneráveis a partir da educação.

Em parceria com a ANUP (Associação Nacional das Universidades Particulares) a Dasa esteve presente como realizadora do projeto. Hoje, a atuação da empresa é de participação com incentivos, principalmente, nas áreas de saúde e educação. “Todas as atividades da Rede Mondó têm como premissa o fortalecimento da estrutura já existente em Breves. Trabalhamos em conjunto com a população local para transformar as escolas em plataformas de soluções para o enfrentamento dos desafios sociais. A comunidade escolar de Breves, incluindo alunos, suas famílias e profissionais de educação, abrange aproximadamente 60% da população do município. Assim sendo, realizar um trabalho de qualidade com essa parcela da população tem um potencial de impacto enorme no município”, comenta Carolina Maciel, diretora executiva da Rede Mondó.

Diagnóstico e educação

O projeto iniciou suas atividades com a implantação do Sistema de Gestão Integrada (SGI) em parceria com a Fundação Pitágoras. A finalidade do programa é trabalhar para alinhar e potencializar os esforços do sistema municipal de educação de maneira conectada. Com o objetivo de promover a integração do ecossistema escolar, foi criada a Jornada para o Amanhã – metodologia que visa fortalecer, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, o vínculo entre os atores da comunidade escolar, iniciativa que vai caminhar junto com ações de criação e qualificação dos conselhos escolares, grêmios estudantis, associações de pais e mestres, dentre outros.

“As ações de educação ocorrem paralelamente às ações das outras dimensões da Rede Mondó (saúde, desenvolvimento econômico e moradia, energia e água), que possuem em comum o mesmo público-alvo: a comunidade escolar”, explica a porta-voz. Na área da saúde, a Dasa realizou um diagnóstico com a Rede Mondó. Em 2021, foram identificados dados alarmantes sobre a realidade local:

  • A média de residentes por domicílio é de quase 6 pessoas e a renda per capita é de menos de R$ 200;
  • 37,7% das crianças brevenses de até 5 anos de idade sofriam de desnutrição crônica em 2018 (a média do país é de 13,1%);
  • Apenas 1,18% dos domicílios brevenses possuem rede pública de esgoto, bastante inferior à média nacional de 41,93% (IBGE);
  • O número de médicos disponíveis é uma carência histórica da região. Em 2007, esta proporção era de 0,17 médicos para cada 1.000 habitantes e, em 2018, tal proporção chegou a 0,12 médicos por pessoa. A recomendação da OMS é de 1 médico para cada 1.000 habitantes (o Brasil possui 2,4 médicos por mil habitantes, de acordo com o DATASUS.

Criar as condições necessárias

Para ajudar na transformação dessas condições, a Dasa conta com colaboradores dispostos a enfrentar os desafios impostos na região. “Durante um ano todo, avaliamos as condições de saúde, de educação, a parte social, e colhemos os dados do que seria essencial para o nosso trabalho. Foi um ano de diagnóstico e agora serão dois anos de “mão na massa”. Nos próximos dois anos, vamos prepará-los para que eles consigam seguir sozinhos”, conta a Dra. Dulcelea Alessi, gerente de cidadania corporativa da Dasa e médica da família e comunidade, que participa ativamente do projeto e já esteve na região.

A médica afirma que o mais importante para o sucesso do projeto é se adaptar à realidade local. “Não adianta nós entrarmos com saúde, falando a nossa língua, do jeito que estamos acostumados com laboratórios e tudo, se eles não têm nem o básico. Por isso, foi importante que nós enxergássemos no mesmo patamar que eles as questões de saúde. Percebemos que nem o mínimo eles tinham.”

Capacitação em procedimentos básicos de emergência

Em abril e maio de 2022, em parceria com a Rede Mondó, foi realizada a capacitação de emergência e de parada cardiorrespiratória. A ANUP forneceu um espaço em uma universidade particular, que cede salas com acesso à internet, para que os cursos fossem ministrados à distância, junto com a Secretaria de Saúde local. Cerca de 50 auxiliares de enfermagem participaram e aprenderam técnicas como massagem cardíaca e procedimentos básicos de emergência. “Os educadores, professores e líderes escolares também receberam essa capacitação. Ter uma pessoa treinada para uma emergência pode ser muito valioso”, afirma a Dra. Dulcelea.

O que há de mais recente?

Em junho de 2022 o projeto realizou a capacitação de 104 parteiras. Em Breves, a única ajuda que a gestante ribeirinha tem no parto é dessas mulheres – geralmente, a parteira é alguém que viu a avó fazer um parto, aprendeu, e passou a ajudar outras mulheres. “Elas fazem tudo sem itens básicos, como uma tesoura – elas cortam o cordão umbilical com um facão”, lembra a médica, que continua: “Conhecemos, então, a Dona Augusta, uma parteira que aprendeu com a avó os procedimentos do parto e nos ajudou a convidar as parteiras para receberem a capacitação – são mulheres que vêm de lugares distantes, percorrendo até 12 horas de barco. Conseguimos hospedagem com a prefeitura e elas passaram dois dias no curso.” Além do treinamento, a Dasa doou para as parteiras kits com itens essenciais para que elas possam exercer a função com segurança, como tesoura e bacia para higienização.

Com isso, mais pessoas estarão aptas a contribuir com o desenvolvimento das condições de saúde da região, reforçando o papel da Dasa em criar as condições necessárias para que a comunidade siga com independência. “Essas parteiras receberão a capacitação em obstetrícia e em procedimentos de emergência, ficando assim, completas para casos urgentes de saúde. Essa é a importância de capacitar essas pessoas”, conclui.

Acesse o site do projeto e saiba mais sobre as iniciativas da Rede Mondó.