Carenet Longevity: Software Orchestra integra dados de pacientes em UTI em dashboard para acompanhamento médico e libera enfermeiros de duas horas de anotações por turno para realizar atividades com mais valor ao paciente.
Quando o assunto é inovação em saúde, é comum pensar em robôs auxiliando cirurgias, medicina genômica, inteligência artificial para identificação de tumor, e incontáveis inovações que estão abrindo novas áreas de pesquisa na medicina. Enquanto isso, muitos processos fundamentais ainda são manuais e sequer possuem armazenamento de dados. É o caso dos dados vitais de pacientes em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Em média, os profissionais de enfermagem gastam duas horas, em um turno de seis, anotando informações nos prontuários dos pacientes e, depois que recebem alta, os dados deixam de existir sem chance de serem utilizados no acompanhamento médico.
Com a missão de digitalizar esse processo, a startup Carenet Longevity desenvolveu o Orchestra. “Quando explico nosso software para donos de hospitais, eles se espantam: Preciso disso porque imaginei que a gente já tinha. Se não temos, preciso agora”, conta Immo Paul, fundador da Carenet. O sistema de IoMT (Internet of Medical Things) integra todos os dados dos equipamentos da UTI em um único dashboard, armazenado em nuvem, que alimenta o prontuário digital do hospital.
Immo tem uma história empreendedora em IoT com foco em saúde que também ilustra o potencial de crescimento da área. Começou com gestão de dados em uma startup de alimentos funcionais, migrou para integração de informações de wearables, como tênis e bicicletas, depois passou a desenvolver projetos para acompanhamento de grupos de pacientes até receber aporte de um fundo de investimento e ter a necessidade de ter um produto escalável. Até que, em maio deste ano, junto com a equipe de um hospital de São Paulo, o software Orchestra foi cocriado para integrar as informações de todos os hardwares da UTI em um único dashboard.
“Pela primeira vez, dentro da sala de enfermagem é possível monitorar os dados vitais de todos os 20 leitos dentro da UTI, em tempo real, em uma tela grande”, explica Immo. O Orchestra também tem possibilidades de filtros e alertas, como quando a pressão sobe ou a temperatura cai. Por paciente de UTI, o software integra 520 MB com informações de sinais vitais de hardwares.
Depois desse primeiro hospital de São Paulo, estão trabalhando na ampliação para outros cinco hospitais do grupo e abriram conversas com pelo menos 40 hospitais pelo Brasil, além de setor público. “É engraçado, parece algo que já existia, mas é uma demanda que todo mundo tem”, explica. No Brasil, existem cerca de 45 mil leitos de UTI. O foco da Carenet Longevity é chegar em 10% desse total em dois anos, e expandir para outras áreas hospitalares, como centro cirúrgico e triagem.
Para esse crescimento, a Carenet Longevity está aproveitando o ecossistema do andar de saúde no Cubo, que conta com a curadoria da Dasa. “Lançamos o produto em um meetup no Cubo com representantes da Dasa, GE e IQBIA, todos gigantes, e o moderador era o nosso diretor médico, uma pequena empresa encontrando seu nicho e se posicionando”, celebra. O evento foi realizado em 11 de julho de 2019 e contou com participação de mais de 100 pessoas, sob o tema “Dados que Salvam Vidas”.
Proposta de valor da startup
Problema
Monitoramento de sinais vitais de pacientes em UTI é feito por um processo lento e passível de erros de prontuários manuais.
Solução
Software integra dados de todos os hardwares utilizados na UTI em um dashboard na sala de enfermagem e para médicos à distância.
Resultados
Dados dos pacientes podem ser acompanhados à distância pelos médicos e enfermeiros ganham tempo para cuidados de mais valor agregado.