Relatório aponta aumento na frequência da linhagem BA.2, identificação de duas amostras que contêm o recombinante XE, além do surgimento de um novo recombinante ainda não classificado
Equipe Dasa,
Publicado em 01 de junho de 2022
Nos mapas abaixo, você acompanha em tempo real as atualizações mais recentes sobre a presença do SARS-CoV-2 nas cinco regiões do Brasil. Os dados são o resultado de pesquisas científicas lideradas pelo Genov, projeto de vigilância genômica da Dasa, e abertos ao público com objetivo de monitorar o cenário da Covid-19 no Brasil.
Abaixo, o gráfico de barras mostra o comportamento das variantes por estado. É possível visualizar, da esquerda para a direita, a linha do tempo referente aos meses desde o início do projeto Genov.
O sétimo relatório do projeto Genov apresenta dados do sequenciamento completo de 2.697 amostras colhidas na primeira quinzena de fevereiro de 2022 (1.515 amostras) e na primeira quinzena de março de 2022 (1.182 amostras). As amostras coletadas são provenientes de pacientes da Dasa com RT-PCR positivo para SARS-CoV-2, o vírus causador da Covid-19.
Com predominância total da variante Ômicron em todas as regiões do país, 23 estados brasileiros tiveram pelo menos 1 amostra sequenciada. Estão ausentes amostras do Amazonas, Amapá, Roraima e Alagoas.
Com a identificação de novos recombinantes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que estes sejam acompanhados atentamente e destacados da monitorização geral de variantes, reforçando, mais uma vez, o importante papel do trabalho de vigilância genômica.
1O trabalho de vigilância genômica mostra que o processo de substituição total da ocorrência de uma variante pela subsequente leva de 2 a 3 meses em todos os casos. A variante Alfa, por exemplo, nunca se tornou onipresente no Brasil, justamente porque foi superada pela variante Gama – que surgiu na sequência.
2Com total predominância da variante Ômicron, em todas as regiões do país, observa-se um aumento na frequência da linhagem BA.2 (derivada desta mesma variante). Em março, também foram identificadas duas amostras contendo o recombinante XE, além de um novo recombinante que ainda não foi classificado. Estes recombinantes demonstram um novo mecanismo de diversificação do SARS-CoV-2.
3O processo de substituição da variante Delta pela Ômicron, consolidado no Brasil em janeiro de 2022, ocorreu de forma semelhante aos processos das variantes anteriores: com um grande número de sublinhagens – seja por introduções das mesmas, ou por mutações de linhagem-específicas, fenômeno que possivelmente já ocorre no Brasil.
4Em duas amostras foi identificado o recombinante XE (BA.1/BA.2) – inicialmente identificado em janeiro deste ano, no Reino Unido, e também já detectado em São Paulo, pelo Instituto Butantan. Ambas amostras são de crianças de 10 anos de idade, de São Paulo, e foram coletadas em março de 2022. As crianças têm vínculo epidemiológico e as amostras seguem sob análise.
5Inicialmente, a dispersão da linhagem BA.1 foi mais intensa em relação à BA.2 (derivadas da variante Ômicron). Entretanto, no Brasil, a detecção da BA.2 ocorreu a partir de fevereiro de 2022 e, assim como observado globalmente, houve um crescimento desta sobre a BA.1.
* Ômicron inclui BA.1, BA.2, BA.3, BA.4, BA.5 e suas linhagens descendentes. Também inclui as formas recombinantes BA.1/BA.2 como XE. Acesse para ler o relatório completo.
Para ler o 7º Relatório Genov na íntegra, clique aqui.
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