A partir de uma análise de dados públicos sobre a saúde da população brasileira, a Dasa identificou as principais necessidades sociais e, com base em sua capacidade de produzir impacto positivo, elegeu a saúde feminina como causa prioritária para atuação.
Além de responder a uma demanda social premente, a seleção da saúde feminina como território de ação preferencial, também contribui para o avanço dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas. Trata-se de um plano de ação global para eliminar a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que todas as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e prosperidade.
Dentre esses objetivos, o ODS 5, Igualdade de Gênero, busca alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. Isso inclui a eliminação da discriminação em todos os aspectos da vida, incluindo a saúde. Dessa forma, priorizar a saúde feminina é observar um dos pontos fundamentais da agenda ESG.
Um olhar multifacetado para a saúde da mulher
Da adolescência até a maturidade, as necessidades de cuidados de saúde, as questões médicas e os desafios emocionais enfrentados por mulheres são distintos e multifacetados. Bem-estar reprodutivo, particularidades do ciclo menstrual, menopausa e saúde mental são alguns dos temas que demandam atenção, informação e apoio contínuos para a promoção de uma vida saudável e equilibrada.
Realizar exames de rotina, manter hábitos saudáveis e controlar fatores de risco é fundamental na prevenção de doenças. A detecção de doenças precocemente pode ser crucial para garantir um prognóstico otimista em determinados casos. Além disso, manter uma dieta equilibrada, com exercícios regulares pode ajudar a reduzir o risco de doenças.
O câncer de colo uterino é um exemplo de como a prevenção e a conscientização podem fazer a diferença na saúde feminina. Globalmente, estima-se que 311.000 mulheres cheguem a óbito por ano devido a essa doença. A OMS alerta que, embora seja uma doença altamente prevenível, a falta de detecção precoce e de acesso a tratamentos adequados contribuem para a trágica estatística de mortes.
“A maioria das mulheres deixa de fazer os exames por receio, por preconceito ou até mesmo por morarem em regiões muito distantes de uma unidade de saúde. Todas deveriam ter o mesmo acesso à saúde”, afirma a Dra. Maria dos Anjos, médica responsável pelo setor de Genitoscopia da Dasa.
O cenário do câncer de colo de útero no Brasil
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são diagnosticados no Brasil cerca de 17.010 novos casos de câncer de colo uterino por ano, o que representa uma taxa de 13,25 casos a cada 100 mil mulheres. A doença é a terceira mais incidente entre as mulheres brasileiras, sendo responsável por cerca de 6.627 óbitos anualmente.
Um dos fatores que contribuem para esse quadro é a desigualdade no acesso aos serviços de saúde. “As taxas de incidência de tumor de colo uterino variam substancialmente entre as regiões do país devido à diferença de acesso ao sistema de saúde”, explica a Dra. Maria dos Anjos. Muitas mulheres, especialmente em áreas rurais e de baixa renda, enfrentam dificuldades para realizar exames de prevenção e acessar informações sobre a importância do diagnóstico precoce.
No entanto, o Brasil tem implementado programas de prevenção, como a oferta de vacinas contra o HPV e a realização de exames de Papanicolau gratuitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Essas iniciativas visam a reduzir a incidência de câncer de colo de útero e salvar vidas.
“O HPV é o precursor do câncer de colo uterino, mas nem todo HPV é sinônimo de câncer. Nem todo vírus HPV ocasiona câncer. Muitas pessoas eliminam [o vírus] sem saber que tiveram contato com ele. Hoje, a vacina nonavalente oferece 9 subtipos de proteção e cobertura cruzada para outros órgãos”, finaliza.