O número de casos de infecção pelo novo Coronavírus no Brasil vêm aumentando diariamente. Cientistas de diversos países pesquisam por medicamentos eficazes para o tratamento da doença.

Apesar das diversas pesquisas, ainda não há um medicamento ou vacina com comprovação científica de ser capaz de curar ou prevenir contra a COVID-19.

Em tempos de fake news, há muito conteúdo sobre o uso da cloroquina no tratamento, porém há contraindicações do uso desse medicamento, que até então era utilizado para outras doenças. A sua principal contraindicação, hoje, é por conta da sua toxicidade.

O que é a cloroquina e para que é indicada?

A cloroquina é um medicamento antimalárico indicado para profilaxia e tratamento de ataque agudo de malária, causado por Plasmodium vivax, P. ovale e P. malarie. Também é indicada no tratamento de amebíase hepática, e em conjunto com outros fármacos, têm eficácia clínica na artrite reumatoide, no lúpus eritematoso sistêmico, e lúpus discóide, na sarcoidose e nas doenças de fotossensibilidade como a porfiria cutânea tardia e as erupções polimórficas graves desencadeadas pela luz.

Quais os efeitos colaterais da cloroquina

Devido a sua alta taxa de toxicidade, a cloroquina tem alguns efeitos colaterais preocupantes, como:

  • Arritmia cardíaca;
  • Complicações nos rins;
  • Comprometimento da saúde dos olhos. Magnus Gisslén, professor e médico chefe da clínica de infecção do Hospital Universitário Sahlgrenska, relatou ao jornal Gothenburg Post que efeitos colaterais sérios, principalmente no coração, não podem ser descartados. Esse medicamento tem uma dosagem pesada e não é provado cientificamente que pode agir contra o novo Coronavírus. Apesar de haver diversos assuntos sobre o seu uso, eles ainda são controversos.

Cloroquina é corticoide?

A cloroquina não é um corticoide e sim um medicamento antimalárico com propriedades imunomoduladoras, que são substâncias que atuam no sistema imunológico conferindo aumento da resposta orgânica contra determinados microrganismos (vírus, bactérias, fungos e protozoários).

Cloroquina é indicada para casos de COVID-19?

Tanto a cloroquina quanto a hidroxicloroquina, que é uma droga similar de uso mais difundido, não têm registros científicos que comprovam sua eficácia no tratamento de COVID-19.

Especialistas expressam preocupação com o uso desses medicamentos, sem recomendação médica, uma vez que pode causar efeitos adversos preocupantes.

Qual a posição do Ministério da Saúde e OMS a respeito da cloroquina no Brasil?

Por meio do Ministério da Saúde, o Brasil se uniu a Organização Mundial de Saúde (OMS) na busca de evidências sobre a eficácia de quatro medicamentos: cloroquina e a hidroxicloroquina, usadas contra a malária e doenças autoimunes; combinação de remédios contra HIV, formada por lopinavir e ritonavir; combinação de Lopinavir e Ritonavir em conjunto com a substância Interferon beta-1b, usada no tratamento de esclerose múltipla; antiviral Remdesivir, desenvolvido para casos de ebola.

Os testes ainda não foram concluídos e novas pesquisas se iniciam diariamente, em diversos países.

Por ser uma doença nova, notícias podem ser divulgadas a qualquer momento, assim como podem mudar as recomendações feitas pelo Ministério da Saúde e a OMS.

Há ainda estudos sendo conduzidos por universidades brasileiras em conjunto com centros globais com anticoagulantes, como a heparina.

Outros medicamentos no tratamento do novo Coronavírus

Além dos medicamentos em análise pelos órgãos de saúde, há dúvidas sobre a eficácia do uso de medicamentos regulares para o combate do Coronavírus.

Tamiflu e Coronavírus

Tamiflu é indicado para o tratamento de gripe, com maior eficácia quando é tomado dois dias após os primeiros sintomas, impedindo a disseminação do vírus da gripe no paciente. O remédio apresenta eficácia no tratamento de influenza tipo A e B.

A principal característica desse medicamento é a inibição seletiva de neuraminidases, glicoproteínas de liberação dos vírions, ou seja, o medicamento impede a saída do vírus e a proliferação de outras células.

O uso desse medicamento pode ser indicado se houver suspeita do vírus influenza, antes do diagnóstico confirmado de COVID-19.

Não há estudos que afirmam a eficácia deste medicamento no tratamento da COVID-19.

Paracetamol e Coronavírus

O uso do Paracetamol pode ser indicado para tratar os sintomas mais leves do Coronavírus, como a febre. Nesses casos, analgésicos e antitérmicos podem auxiliar no alívio dos sintomas. Consulte sempre o seu médico, para entender a melhor opção.

Vacina da gripe o Coronavírus

A vacina contra a gripe não protege do Coronavírus, mas é importante para resguardar os mais vulneráveis de doenças respiratórias.

Como forma de prevenção, a Campanha Nacional de Vacinação, do Ministério da Saúde, foi antecipada e tem por objetivo imunizar 90% dos públicos prioritários até o dia 23 de maio de 2020. A imunização auxilia os profissionais de saúde na exclusão do diagnóstico para Coronavírus, já que os sintomas são parecidos. E, ainda, ajuda a reduzir a procura por serviços de saúde.

“A vacina contra a gripe é muito importante e a antecipação da campanha em um momento de pandemia do COVID-19 se dá para diminuir a incidência de infectados com Influenza. Essas pessoas deixam de procurar os prontos socorros dos hospitais, diminuindo a transmissão e aumentando o diagnóstico preciso do Coronavírus”, diz Dr. Ivan França, head do Departamento de Infectologia e do SCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar) do A.C.Camargo Cancer Center.