O Coronavírus assintomático é muito mais comum do que parece e acontece em dois terços das pessoas infectadas, segundo um estudo realizado pela revista Science.
Enquanto algumas pessoas sentem os primeiros sintomas, outras não chegam sequer a saber que estavam doentes.
OMS esclarece que assintomáticos podem transmitir coronavírus. Entenda o assunto que gerou polêmica
Durante a declaração dada aos jornalistas na segunda-feira (8), a chefe da unidade de doenças emergentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove, sugeriu que a transmissão do Coronavírus por pacientes assintomáticos poderia ser muito rara.
A discussão gerou muita polêmica, principalmente para cientistas e a própria OMS, que afirmou na coletiva de imprensa de terça-feira (9) que houve uma má interpretação na fala da Doutora e que pacientes assintomáticos transmitem e estão transmitindo a doença, só não se sabe ainda a proporção disso.
"A maior parte das transmissões que conhecemos ocorre por pessoas com sintomas e que transmitem o vírus por meio de gotículas infectadas. Mas há um subconjunto de pessoas que não desenvolvem sintomas. Acho que é um mal-entendido afirmar que uma transmissão assintomática globalmente é muito rara, sendo que eu estava me referindo a um subconjunto de estudos" explicou a especialista.
De acordo com Kerkhove, existem pacientes assintomáticos, que não desenvolveram os sintomas da doença, e existem os pré-sintomáticos, que ainda não desenvolveram sintomas por conta do período de incubação - tempo que a doença leva para se manifestar.
Estudos são realizados diariamente para entender como o vírus se comporta e as medidas de prevenção não devem ser deixadas de lado em nenhum momento.
Fonte: Época Negócios
Qual o impacto que as pessoas assintomáticas têm na propagação do Coronavírus?
O novo Coronavírus pode se espalhar facilmente pela população, uma vez que a doença pode ser disseminada por gotículas grandes e pequenas e a contaminação pode ser tanto através da tosse, espirro e secreções, como também de objetos ou superfícies contaminadas.
Embora seja menos provável que pessoas assintomáticas transmitam o coronavírus, pesquisas realizadas pelo CDC (Centro Norte-Americano de Controle de Doenças) e pela Universidade de Columbia, além de estudos europeus, já confirmaram a ocorrência dessa transmissão. Por isso, o distanciamento social tem sido a recomendação atual da OMS para desacelerar a propagação do vírus.
Pacientes assintomáticos transmitem o Coronavírus?
Segundo a OMS, pacientes assintomáticos também podem transmitir o Coronavírus, embora a transmissão mais comum seja por meio de pacientes que já apresentaram sintomas.
O diretor do Centro Norte-Americano para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Robert Redfield, acredita que pelo menos um entre quatro casos da Covid-19 é assintomático.
Estão sendo realizadas diversas pesquisas ao redor do mundo sobre os pacientes assintomáticos, para que possamos entender melhor as condições da propagação do vírus por essas pessoas. Muitos países já estão adotando o uso de máscaras no dia a dia para prevenir esse tipo de transmissão.
É comum que os sintomas do novo coronavírus sejam leves ou inexistentes e que passará batido por muitas pessoas. O infectologista também afirma que se todos os paciente forem testados, muitos casos darão positivo sem que necessariamente a pessoa infectada fique doente de fato, conta o infectologista e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) Renato Kfouri.
O mesmo já não ocorre em pacientes mais velhos ou com doenças crônicas, nos quais tornaria os sintomas são mais claros.
Devo fazer o teste de Coronavírus mesmo sem ter sintomas?
A recomendação da OMS e da CDC é que sejam priorizados os testes em profissionais da saúde e agentes de segurança, visto que há risco de ser transmitido para pacientes e de perda nas forças de trabalho.
Atualmente há dois tipos de teste no Brasil para o diagnóstico da COVID-19. O mais assertivo é o RT-PCR que consiste em usar biologia molecular.
Nele é retirado uma amostra de secreção nasal e da garganta do paciente para ser levada ao laboratório e analisada.
Carlos Eduardo dos Santos Ferreira, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) diz que o teste demora 8 horas para ficar pronto, porém como a demanda está alta a capacidade dos laboratórios está menor. O outro tipo são os testes rápidos.
Eles também são realizados por meio de secreção nasal, de garganta ou sangue. Esses ficam prontos de 10 a 30 minutos, porém não são tão confiáveis quanto o RT-PCR. Marcella Abreu, gerente de produtos para diagnóstico in vitro da Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Explica que os testes rápidos não devem ser usados como único parâmetro para o diagnóstico do Coronavírus.