Ainda são muitas as dúvidas sobre gestantes com Coronavírus. O que sabemos é que todas as faixas etárias, desde recém-nascidos a idosos, são suscetíveis à COVID-19, porém ainda há questionamentos sobre como o vírus se comporta em gestantes e qual a gravidade.

No texto abaixo explicamos quais são os riscos durante a gravidez e qual é o impacto no feto.

Coronavírus e os riscos para a gravidez

Um artigo científico publicado pelo Jornal de Imunologia Reprodutiva analisou 18 mulheres que foram infectadas pela COVID-19 e relatou que houve alterações na diminuição do peso dos recém-nascidos. Dentre 18 gestantes analisadas, dez tiveram parto prematuro, o que pode sugerir um risco aumentado dessa condição em gestantes com o Coronavírus.

Essas mulheres manifestaram outras complicações obstétricas, como pré-eclâmpsia, ruptura prematura de membrana, contrações irregulares e histórico de natimorto, o que indicou intervenção precoce da gravidez.

É necessária uma investigação mais aprofundada dos casos, para identificar se essas complicações foram ocasionadas de fato pela COVID-19. Os estudos sobre os riscos do Coronavírus na gravidez ainda são escassos, e novas informações podem surgir a qualquer momento.

Entenda como se proteger do Coronavírus na gravidez e prevenir qualquer complicação.

Grávida com Coronavírus: o que fazer ao ser diagnosticada?

A detecção precoce da COVID-19 pode reduzir possíveis complicações obstétricas, como perda da gravidez, restrição de crescimento intrauterino e parto prematuro.

Assim que diagnosticada, o tratamento deve ser iniciado o quanto antes. Mesmo após o controle da infecção viral, o desenvolvimento intrauterino do feto deve ser monitorado, já que faltam os dados da gestação e uma possível complicação da placenta poderia persistir por um período prolongado.

As gestantes que forem diagnosticadas com a COVID-19 devem ser monitoradas durante toda a gravidez e no pós-parto para se assegurar de que não há qualquer complicação.

Saiba onde fazer teste para COVID-19 e diagnosticar precocemente a possível infecção.

Gestante com COVID-19 passa para o bebê?

A Organização Mundial da Saúde explica que não há indicação de que isso ocorra.

O artigo do Jornal de Imunologia Reprodutiva diz que todos os recém-nascidos das 18 gestantes com a COVID-19 foram testados e apresentaram resultado negativo para SARS-CoV-2. O exame viral no líquido amniótico, sangue do cordão e leite materno na mãe infectada também foi negativo para SARS-CoV-2. O estudo sugere então que a transmissão de mãe para filho pode ser muito rara ou nula.

Placenta de gestantes com COVID-19 pode apresentar alterações?

Sim. Um estudo publicado no American Journal of Clinical Pathology e desenvolvido por pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, analisou 16 placentas de pacientes com o SARS-CoV-2 (15 com nascimento vivo no terceiro trimestre, 1 entregue no segundo trimestre após morte fetal intrauterina).

Estas 15 placentas apresentaram maiores riscos de má perfusão vascular materna associadas a alterações na circulação de sangue, que prejudica diretamente o fornecimento de oxigênio do bebê. Isso pode trazer complicações como parto prematuro e interrupção da gravidez. Essas alterações podem refletir um estado inflamatório ou hipercoagulável sistêmico que influencia a fisiologia da placenta.

Já a placenta da paciente com morte fetal intra uterina mostrou edema das vilosidades e um hematoma retro placentário.

Existe tratamento para gestantes com Coronavírus?

Ainda não existe tratamento específico para a COVID-19. O médico deverá analisar a situação de cada paciente e poderá prescrever antivirais para auxiliar no combate à doença.

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